Rabeprazol - Dor no estomago

Eficácia no tratamento de doenças gastresofágicas e intestinais

Rabeprazol é um rápido e potente inibidor de bomba de prótons de segunda geração. Conduz a inibição da bomba de próton de modo seletivo e irreversível. Suas atuação é na inibição da acidez gástrica, sendo utilizado na terapêutica para tratamento da doença do refluxo gastroesofágico e da úlcera péptica, sendo assim, o rabeprazol mostra sua eficácia e utilidade clínica no tratamento de doenças gastroesofágicas e intestinais (FUJISHIRO et al., 2015; KINOSHITA et al., 2017).

Estudos apontam benefícios na utilização de rabeprazol, sendo seguro quando utilizado por longo período (2 a 5 anos) e eficácia na manutenção da terapêutica para tratar refluxo gastroesofágico. Estudos apontaram para menor incidência de esofagite e alterações na mucosa do duodeno (FUJISHIRO et al., 2015; KINOSHITA et al., 2017).

A eficácia e a relação dose-dependência do rabeprazol foi avaliada em pacientes japoneses com dispepsia funcional (DF), em um estudo multi cêntrico, randomizado, controlado por placebo, em trabalho recente, publicado em 2013. 338 pacientes que participaram do estudo, foram divididos para receber placebo, e rabeprazol nas dosagens de 10, 20 ou 40mg diariamente, por 8 semanas (IWAKIRI et al., 2013).

Os resultados apontaram que a dosagem de 20mg foi significativamente mais eficaz em reduzir os sintomas da dispepsia e promoveu resultados satisfatórios com o tratamento, quando comparado as outras dosagens e com o placebo (IWAKIRI et al., 2013).

O uso de baixas doses de aspirina em pacientes com doenças cardiovascular ou cerebrovascular pode levar a um aumento no aparecimento de lesões na mucosa gastrointestinal. A terapia com rabeprazol pode ser eficaz em prevenir a ocorrência de úlcera péptica, esofagite, e sintomas gastrointestinais relacionado à lesões nas mucosas (SANUKI et al., 2013; FUJISHIRO et al., 2015).

Um estudo com 261 pacientes com histórico de úlceras pépticas que fazem uso de baixas doses de aspirina, foram designados para receber rabeprazol 10mg, 20mg ou gefarnato 50mg (agente anti-ulceroso citoprotetor), todos 2 vezes ao dia.

A incidência de úlcera gastroduodenal na decima segunda semana de tratamento no grupo que recebeu rabeprazol 10mg foi de 7,4%, rabeprazol 20mg 3,7% e gefarnato 50mg 26,7%, respectivamente (SANUKI et al., 2013).

A proporção de esofagite erosiva foi significativamente menor nos grupos tratados com rabeprazol que no grupo que recebeu gefarnato (lesões gástricas 3,5 vs. 62,4%; lesões duodenais 5,7 vs. 24,7%; esofagite erosiva (5,8 vs. 19,4%).

Sendo assim, o rabeprazol mostrou-se mais eficaz que o gefarnatopara na redução dos riscos de recorrência de úlcera péptica, esofagite e sintomas gastrointestinais, relacionados ao uso da aspirina (SANUKI et al., 2013).

Doença do refluxo gastroesofágico

Segundo Haddad e colaboradores (2013) Foi avaliada a segurança e eficácia do rabeprazol em crianças com idade de 1 a 11 anos com doença de refluxo gastroesofágico (DRGE) comprovado por endoscopia e exame histológico. As crianças foram divididas para receber 0,5 ou 1,0mg/Kg de Rabeprazol, por 12 semanas. As doses foram determinadas de acordo com o peso:

    • Crianças de 6 a 14,9 Kg receberam 5 ou 10 mg;
    • Crianças com peso ≥15Kg receberam 10 ou 20mg.

Em geral, 81% (87 de 108) alcançaram a cura da doença, comprovada pela endoscopia e exame histológico na 12ª semana, com maior cura no grupo de menor peso, sendo, 82% com a dose de 5mg em comparação ao grupo de maior peso 76% em uso de 10mg e 78% utilizando 20mg (HADDAD et al., 2013).

Houve uma significativa redução dos sintomas da DRGE e dos índices de severidade. A freqüência média dos sintomas na crianças caíram de 7,7 (semana 1) para 4,7 (semana 12).

Os índices de alívio dos sintomas da DRGE mostraram que 71% das crianças perceberam melhora, 81% mostraram uma satisfação de boa a excelente. Os efeitos adversos (10%) mais comuns em cada grupo foram, tosse e vômito (14%), dor abdominal (12%) e diarréia (11%). Entretanto, o rabeprazol mostrou ser um fármaco seguro e efetivo para crianças de 1-11 anos que sofrem de DRGE (HADDAD et al., 2013).

57 pacientes com esofagite de refluxo e 90 pacientes com doença do refluxo não erosivo, foram avaliados com o tratamento com inibidores de bomba de próton. Os pacientes fizeram tratamento com 10mg diários de rabeprazol, durante 28 dias. O parâmetro de eficácia foi a taxa de melhoria na escala de freqüência para os sintomas de DRGE (SHIDA et al., 2013).

Escala de freqüência para os sintomas da DRGE foi menor na esofagite de refluxo e doença do refluxo não-erosiva (p <0,001), e foi significativamente menor no esofagite de refluxo do que na doença do refluxo não-erosiva desde o primeiro dia de tratamento (p <0,05) (SHIDA et al., 2013).

Taxas de melhoria sintomática foram também significativamente mais elevadas na esofagite de refluxo (50,3 ± 44,9%) do que na doença do refluxo não erosiva (31,7 ± 43,2%) a partir do primeiro dia de tratamento (p <0,0001). As taxas de melhora sintomática em esofagite de refluxo aumentaram de forma significativa, a partir do segundo dia de tratamento, até após 28 dias de tratamento (p = 0,0006).

Na doença de refluxo não erosiva, a melhoria nos sintomas da dismotilidade foi particularmente gradual, bem como os sintomas de refluxo, também (SHIDA et al., 2013).

Quanto aos resultados de previsão da resposta do inibidor de bomba de próton, os sintomas melhoraram dentro de uma semana, sendo possível prever uma taxa de melhora dos sintomas em 3 dias na esofagite de refluxo e em 7 dias na doença do refluxo não-erosiva.

Em conclusão, a previsão da resposta ao inibidor da bomba de prótons na doença do refluxo não erosiva foi lento em comparação com a esofagite de refluxo, ma shouve melhora gradual dos sintomas advindos das alterações na motilidade (SHIDA et al., 2013).

Rabeprazol e omeprazol

Em estudo avaliou-se a eficácia de rabeprazol e omeprazol, aonde foi comparada a eficácia do omeprazol 10mg e rabeprazol 10mg ambos administrados, uma avez ao dia, para terapia de manutenção. Participaram do estudo 279 pacientes com esofagite erosiva e com sintomas da DRGE (PARK et al., 2013).

Durante o estudo, os pacientes que apresentaram cicatrização completa, comprovada por endoscopia, com 8 semanas em tratamento com inibidor de bomba de prótons, foram alocados para receber tratamento de manutenção com omeprazol ou rabeprazol em dose diária, por 42 semanas (PARK et al., 2013).

Ao final do período 96,4% dos pacientes tratados com omeprazol e 95,1% com rabeprazol permaneceram sem sintomas. Os dois fármacos apresentaram resultados compatíveis no que diz respeito à intensidade e frequência de ocorrência de refluxo, durante a fase de manutenção. Omeprazol 10mg parece ter similar eficácia que o rabeprazol 10mg em termos de eficiência no tratamento da DRGE (PARK et al., 2013).

Rabeprazol e ranitidina

Em estudo comparou-se a eficácia do rabeprazol e ranitidina (antagonista de receptor H1) em terapia para aliviar os sintomas da doença do refluxo não erosivo, durante 4 semanas. 83 pacientes com DRGE persistente com endoscopia gastrointestinal superior normal, foram selecionados para o estudo e divididos em 2 grupos.

Pacientes do grupo A (44 pacientes) receberam rabeprazol 20mg duas vezes ao dia, e os participantes do grupo B (39 pacientes) fizeram uso da dosagem máxima de ranitidina, 300mg duas vezes ao dia (KOBEISSY et al., 2013).

Após 4 semanas de tratamento, não houve diferença significativa no alívio dos sintomas geral entre os dois fármacos. Com estes resultados é possível perceber que o rabeprazol possui eficácia comparável com a ranitidina, quando administrados para o tratamento da DRGE, e ambos foram associados a melhora na qualidade de vida dos pacientes (KOBEISSY et al., 2013).

Terapia para erradicação de Helicobacter pylori

Diferentes tipos de inibidores de prótons podem ser associados a terapias antibacterianas, e estas podem resultar em diferentes taxas de erradicação da H. pylori. Na terapia para erradicação de Helicobacter pylori um estudo comparou a eficácia e segurança do rabeprazol e lanzoprazol na terapia tripla no tratamento primário da infecção com H. pylori (LIU et al., 2013).

426 pacientes diagnosticados com infecção por H. pylori foram divididos para receber uma terapia tripla de erradiação por 7 dias, com rabeprazol 20mg grupo RAC (222 pacientes) ou lanzoprazol 30mg grupo LAC, (228 pacientes), ambos em associação com amoxilina 1g e claritromicina 500mg (LIU et al., 2013).

Os resultados mostraram que a taxa de erradicação foi de 87,84% no grupo RAC e 85,96% no grupo LAC. Todos os resultados mostraram que a eficácia e segurança foram similares com a utilização de rabeprazol e lanzoprazol baseada em terapias primárias (LIU et al., 2013).

Em um outro estudo Foi avaliada a modalidade de terapia quadruple para erradicação da bactéria, consistindo no udo de de rabeprazol 20mg, amoxilina 1g, levofloxacino 0,2g e furazolida 0,1g comparando a tripla terapia, composta por omeprazol 20mg, amoxilina 1g e claritromicina 0,5g, ambas as terapias foram administradas 2 vezes ao dia (MA & WANG et al., 2013).

Um total de 147 pacientes foram divididos, e receberam uma das duas associações. Ao término do tratamento, 94,3% dos pacientes apresentaram erradicação da bactéria com a terapia quádrupla e 73% com a terapia tripla. A terapia quadrupla mostrou-se com melhor eficacia, segura e bem tolerada para o tratamento (MA & WANG et al., 2013).

Referências

  1. Fujishiro, M., Higuchi, K., Kato, M., Kinoshita, Y., Iwakiri, R., Watanabe, T., PLANETARIUM Study Group. Long-term efficacy and safety of rabeprazole in patients taking low-dose aspirin with a history of peptic ulcers: a phase 2/3, randomized, parallel-group, multicenter, extension clinical trial. Journal of clinical biochemistry and nutrition, 56(3), 228-39, 2015.
  2. Haddad I, Kierkus J, Tron E, Ulmer A, et al. Efficacy and Safety of Rabeprazole in Children (1-11 Years) with Gastroesophageal Reflux Disease: A Multicenter, Double-Blind, Parallel-Group Study. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2013.
  3. Iwakiri R, Tominaga K, Furuta K, Inamori M, et al. Randomised clinical trial: rabeprazole improves symptoms in patients with functional dyspepsia in Japan. Aliment Pharmacol Ther. 2013.
  4. Kinoshita, Y., Hongo, M., Kusano, M., Furuhata, Y., Miyagishi, H., Ikeuchi, S., & RPZ Study Group. Therapeutic Response to Twice-daily Rabeprazole on Health-related Quality of Life and Symptoms in Patients with Refractory Reflux Esophagitis: A Multicenter Observational Study. Internal medicine (Tokyo, Japan), 56(10), 1131-39, 2017.
  5. Kobeissy AA, Hashash JG, Jamali FR, et al. A randomized open-label trial of on-demand rabeprazole vs ranitidine for patients with non-erosive reflux disease. World J Gastroenterol. 18(19), 2390-95, 2012.
  6. Liu MK, Wu IC, Lu CY, Kuo CH, et al. Randomized trial comparing rabeprazole- versus lansoprazole-based Helicobacter pylori eradication regimens. Kaohsiung J Med Sci. 29(7), 379-84, 2013.
  7. Ma HJ, Wang JL. Quadruple therapy for eradication of Helicobacter pylori. World J Gastroenterol. 19(6), 931-35, 2013.
  8. Park JH, Park H, Lee DH, Sung IK. A randomized, double blinded, clinical trial to assess the efficacy and cost effectiveness of omeprazole compared to rabeprazole in the maintenance therapy of patients with gastroesophageal reflux disease. J Neurogastroenterol Motil. 19(2), 219-26, 2013.
  9. Sanuki T, Fujita T, Kutsumi H, et al. Rabeprazole reduces the recurrence risk of peptic ulcers associated with low-dose aspirin in patients with cardiovascular or cerebrovascular disease: a prospective randomized active-controlled trial. J Gastroenterol. 47(11), 1186-97, 2012.
  10. Shida H, Sakai Y, Hamada H, Takayama T. The daily response for proton pump inhibitor treatment in Japanese reflux esophagitis and non-erosive reflux disease. J Clin Biochem Nutr. 52(1), 76-81, 2013.

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