Cuidados necessários para resultados satisfatórios e minimização de efeitos adversos com a utilização de peeling a fim de, evitar efeitos indesejados
Vivemos tempos em que a idade cronológica se distancia cada dia mais da idade biológica, sendo isso mostrado na aparência. O envelhecimento da pele é um processo biológico complexo influenciado pela combinação de fatores endógenos (genética, metabolismo celular, hormonal e processos metabólicos) e exógenas ou exposição extrínseca (sol, poluição, radiação ionizante, produtos químicos, toxinas). Cuidados são necessários para resultados satisfatórios, mas os peelings e os efeitos não desejados podem afetar negativamente esse procedimento.
Ademais, estes fatores em conjunto, levam a alterações acumulativas estruturais, fisiológicos e progressivas alterações nas camada de pele, bem como alterações na aparência da pele.
(Visscher et al., 2013; GrajqevciI-Kototri & Kocinaj, 2015; Costa et al., 2017)
Benefícios do peeling
Com efeito, o peeling químico é um procedimento relativamente simples utilizado, especialmente, para rejuvenescer a aparência da pele, reduzindo, sinais de envelhecimento, cicatrizes de acne e hiperpigmentação (melasma).
(Grajqeci-Kotori & Kocinaj, 2015; Costa et al., 2017)
Após o procedimento é fundamental ter alguns cuidados com a pele para o sucesso do procedimento
(Grajqeci-Kotori & Kocinaj, 2015; Costa et al., 2017)
O que é o peeling
De acordo com, Brody e colaboradores (2000) o peeling é um procedimento muito antigo. Os egípcios já usavam em 1550 AC, óleos de origem animal, sal e leite azedo para melhorar a aparência da pele. Usavam o leite coalhado para produzir uma pele lisa (ácido láctico e alfa-hidroxiácido).
O agente peeling e o procedimento visam acelerar o ciclo de renovação celular, e de forma mais rápida reduzir os sinais do envelhecimento da pele.
Mecanismo de ação dos peelings químicos
Com o passar dos anos os sinais de envelhecimento levam a perda gradual da elasticidade da pele, levando a flacidez do tecido cutâneo. A redução do turnover epidérmico e do ciclo celular coincidem também com uma cicatrização mais lenta. A sua atuação se dá por meio da indução de glicosaminoglicanos, fibroblastos e remodelamento das fibras de elastina e colágeno
3 proccessos importantes com a ação do peeling
Basicamente temos três processos envolvidos no peeling, e quanto maior o potencial de renovação celular, melhor o reparo, maior o resultado do procedimento.
- Destruição
- Eliminação
- Reparo
Apesar de ser um procedimento comumente utilizado para promover estímulo da renovação e uma aparência bonita e agradável, é necessário tomar algumas precauções, sendo certos cuidados necessários para resultados satisfatórios e minimizar os possíveis efeitos adversos com a utilização de peeling.
(GrajqevciI-Kototri & Kocinaj, 2015; Costa et al., 2017)
O peeling químico é um procedimento primordialmente utilizado para o tratamento de fotoenvelhecimento da pele, rugas profundas e linhas finas, cicatrizes de acne e melasma.
Principais ácidos utilizados no peeling
Durante este procedimento são utilizadas diferentes soluções ácidas com a intenção de estimular a esfoliação, despigmentação e revitalização da pele.
- Ácido salicílico
- Ácido láctico
- Ácido glicólico
- Solução Jessner
- Ácido retinoico
- Ácido mandélico
- Ácido tricloroácetico (ATA)
- Fenol
Os resultados e as complicações são determinados principalmente pela profundidade da ação do agente peeling, poois tem a capacidade de corrigir ou amenizar, rugas, acne, sulcos, cicatriz, flacidez, discromias, aspereza.
3 níveis de ação do peeling químico
Existem três níveis diferentes n]íveis de ação dos agentes peelings (superficial, médio e profundo), pois a profundidade do peeling e a concentração da substância utilizada baseia-se na escolha do nível de permeação nas camadas da pele.
(GrajqevciI-Kototri & Kocinaj, 2015)
Tipos de peeling e sua ação nas camadas do tecido cutâneo
Peeling superficial
Ademais, atua na eliminação de células superficiais da epiderme, causando a necrose da epiderme da granulosa à camada basal. Estes peeling estimulam uma rápida regeneração da epiderme, eliminam as manchas, eliminam as linhas finas e melhoram as rugas através de estímulo de fibroblastos e da regeneração de fibras de elastina e colágeno.
Peeling médio
Indicado para peles com maiores danos, consegue atuar mais profundamente e levar a melhores resultados agindo nas camadas médias da pele. O peeling de ação média pode ser um tanto desconfortável (vermelhidão e descamação da pele), os resultados podem aparecer no período de 5 a 7 dias após a aplicação e vai ter influencia do tamanho da área tratada.
Algumas informações devem ser passadas ao paciente que irá fazer o procedimento. Nos primeiros dois dias, a pele ficará vermelha. No terceiro ou quarto dia a pele escurece e no quinto dia começa a descamação. Vermelhidão persiste por 10 a 14 dias.
Peelings – efeitos não desejados
Estes fatores deixam a capacidades regeneradas da pele reduzida, por isso, nas contraindicações para a aplicação de peeling temos
- Pacientes de pele escura devido a maior risco de hiperpigmentação
- Indivíduos que foram recentemente expostos ao uso de retinóide ou a radiação solar local
- Portadores de herpes simplex.
Muitos médicos aplicam primeiro peeling superficial e, em seguida, aumentam a concentração do produto ou passam para o peeling médio e, assim, obtêm alta eficiência por meio da combinação do procedimento.
Peeling profundo
Utilizados para eliminar rugas profundas, cicatrizes de acne e sinais de queratose actínica. O procedimento é mais agressivo e deve ser realizado por médicos especializados nesses procedimentos. Hoje a aplicação de lasers e procedimentos de dermoabrasão são os mais freqüentes e elimina os efeitos colaterais deste peeling profundo.
Uma vez que o peeling profundo pode causar hipopigmentação ou clareamento exacerbado da pele, recomenda-se a utilização de combinações de dois peelings, profundo e médio.
(GrajqevciI-Kototri & Kocinaj, 2015)
Considerações importantes após o procedimento
Pós peeling
Alguns cuidados são necessários para evitar peelings – efeitos não desejados no uso de peeling médio e profundo. Após o procedimento peeeling a pele deve ser mantida hidratada e protegida da radiação ultravioleta (UV).
Resultados satisfatórioi podem ser percebidos, especialmente, num período maior, (2 meses) após o procedimento com melhora significativa das rugas e de remodelação da elastina e de fibras de colágeno, podendo ainda ser encurtado ou estendido esse período de acordo com as características individuais de cada individuo.
(GrajqevciI-Kototri & Kocinaj, 2015)
Conforme, abordado por Sakhiya (2012), alguns fatores estão relacionados aos peelings químicos e as suas principais complicações, por isso, esse tema foi trabalhado aqui, peelings – efeitos não desejados.
Durante o peeling, com efeito alguns erros podem complicar o procedimento
- Inegavelmente, a escolha incorreta do agente peeling;
- Semelhantemente, a troca da solução por acidente;
- Ademais, aplicação com técnica incorreta.
No pós-peeling pode ocorrer
- Infecção local
- Dermatite de contato
- Cuidados inadequados durante a cicatrização
- Dor e queimação
- Vermelhidão
- Exposição prolongada ao sol
- Aplicação inadequada de filtro solar
- Uso tópico de retinóide ou ácido glicólico, pode levar a essa complicação
- Em alguns pacientes, os protetores solares podem causar sensibilização de contato ou dermatite irritante
- Dor e queimação em pele sensível
- A dor por cerca de até 2 a 5 dias após o peeling até a reepitelização completa.
De acordo com, Sakhiya (2012), essas complicações podem ser de efeito imediato ou um pouco mais tarde
Imediata (dentro de minutos a horas após o peeling):
- Primordialmente, a irritação, a ardência, o prurido e a dor
- Eritema persistente
- Em alguns casos, pode aparecer edema e bolhas.
Ação retardada (após dias ou semanas)
- Infecções (bacterianas e candidíase)
- Principalmente, cicatrizes, cicatrização demorada e mudanças no aspecto da pele
- Hiperpigmentação, hipopigmentação e as linhas de demarcação
- Perda de barreira cutânea e lesão tecidual
- Erupções acneiformes
- As reações alérgicas e toxicidade.
Como otimizar os resultados dos peelings e reduzir os efeitos indesejados?
De acordo com, Anitha (2012) é possível prevenir algumas complicações, seguindo as orientações:
- Usar apenas uma pequena quantidade do agente peeling em um pequeno copo de vidro ou outro recipiente transparente;
- Inspecionar a presença de cristais e, em seguida, usar o líquido claro. A presença de cristais, pode aderir-se para a ponta do algodão e aumentar a concentração do produto químico;
- Conversar com o paciente para aliviar a ansiedade, durante a aplicação e descamação pelo procedimento;
- Evite uso de peeling profundo em pacientes com fototipo mais escuro;
- Em pacientes com hipersensibilidade, diferentes peelings superficiais podem ser associados para aumentar a eficácia, tendo redução no risco de lesões;
- Inegavelmente, o peeling químico pode ser combinado com microdermoabrasão para aumentar a eficácia;
- Instruir o paciente para não programar participação de evento importante ou férias por um período de 1 a 5 dias após um peeling superficial e 7 a 10 dias após um peeling médio, pois, a descamação pode sua aparência;
- Vermelhidão persistente é um alerta para possível ocorrência de cicatrizes. O uso de antibióticos e corticoides tópicos deve ser iniciado precocemente nesta condição para minimizar cicatrizes.
(Visscher et al., 2013; GrajqevciI-Kototri & Kocinaj, 2015; Costa et al., 2017)
Em conclusão
A aplicação do peeling pode ser de grande ajuda para reduzir rugas, manchas na pele originadas da acne ou do melasma ou até mesmo manchas senis, todavia o tema “Peelings – efeitos não desejados”, como o próprio nome diz pode trazer efeitos e complicações indesejados, e com isso, podem comprometer seus resultados. Por isso, é muito importante estra atento a escolha da substância, ao procedimento de aplicação e ao tempo que este permanecerá na pele.
Referências
Anitha. Prevention of Complications in Chemical Peeling. J Cutan Aesthet Surg. 3(3), 186-88, 2010.
Brody, H. J., Monheit, G. D., Resnik, S. S. and Alt, T. H. A History of Chemical Peeling. Dermatologic Surgery. 26, 405-09, 2000.
Ruta G, Aikaterini I. Liakou, A T. Evgenia M. and Christos C. Z. Skin anti-aging strategies. Dermato-endocrinology. 4(3), 308-19, 2012.
Sakhiya, Jagdish. and Godse, Kiran. and Nikalji, Nanma. and Nadkarni, Nitin. and Patil, Sharmila. Complications of medium depth and deep chemical peels. Journal of Cutaneous and Aesthetic Surgery. J Cutan Aesthet Surg. 2012
Visscher Marty O., PhD, Brian S. Pan, MD, W. John Kitzmiller, MD. Photodamage: Treatments and Topicals for Facial Skin.Facial Plastic Surgery Clinics of North America. 21(1), 2013.
Grajqevci-Kotori, M., & Kocinaj, A. Exfoliative Skin-peeling, Benefits from This Procedure and Our Experience. Medical archives (Sarajevo, Bosnia and Herzegovina), 69(6), 414-16, 2015.
Costa, I. M. C., Damasceno, P. S., Costa, M. C., & Gomes, K. G. P. Review in peeling complications. Journal of Cosmetic Dermatology, 16(3), 319-26, 2017.