aplicação de peeling

A utilização de peeling é uma das opções mais antigas utilizadas para melhorar a aparência da pele e no tratamento de desordens da pele, atuando por exemplo, sobre o envelhecimento, rugas, manchas hiperpigmentadas, e é empregado primordialmente, para estimular a renovação celular, para tratar a acne vulgar, o fotoenvelhecimento, os distúrbios pigmentares e as cicatrizes.

O que é o peeling químico?

O peeling químico, também conhecido como quimexfoliação ou esfoliação química, é uma intervenção terapêutica ou cosmética para melhorar a aparência, isoladamente ou em combinação com outras técnicas, como laser ou dermoabrasão.

Uma substância química é aplicada sobre a pele para causar alterações na epiderme de forma controlada, podendo ou não alcançar também parte da derme, o que consequentemente, vai estimular a remodelação cutânea., todavia, a aplicação de peeling pode também desencadear efeitos indesejados.

Quais as opções de peeling?

Os peelings são comumente classificados de acordo com a sua profundidade de penetração na pele, primordialmente, são divididos em

  • Peeling superficial
  • Peeling médio
  • Peeling profundo.

Fatores que influenciam na profundidade do peeling

Existem alguns fatores que podem impactar de forma considerável a profundidade do peeling e, por conseguinte, seus efeitos terapêuticos, entre estes fatores estão:

  • A propriedade do agente químico utilizado
  • Concentração
  • Tempo
  • pH
  • A técnica de aplicação do médico
  • Sensibilidade da pele do paciente.
Samargandy et al., 2021

Composição da pele e penetração do peeling

A princípio, a compreensão das diferentes camadas da pele, é de suma importância para a entender a funcionalidade e a profundidade da ação dos peelings.

Ademais, a camada cutânea possui 3 camada, a derme, a epiderme e também o tecido cutâneo (hipoderme).

  • Epiderme

É nessa camada que a tem predominância e atuação dos peelings superficiais penetram no estrato córneo da epiderme. Em síntese, a epiderme representa uma camada avascular que consiste em 4 camadas (superficial a profunda): estrato córneo, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal.

A epiderme possui o estrato basal que ocorre a produção de melanina, pela ação dos melanócitos e das células de Merkel, os grandes responsáveis ​​pela pela pigmentação da pele através da produção de melanina e por estimular sensorial do toque.

  • Derme

Por outro lado, os peelings médios penetram na derme papilar até a derme reticular superior, enquanto o efeito dos peelings profundos conseguem atingir também a  derme reticular média.

Na derme, estão contida, o tecido conjuntivo com diferentes estruturas anexas da pele, incluindo folículos pilosos, glândulas sebáceas, nervos e vasos sanguíneos. É nessa camada que existe as papilas dérmicas que fazem a conexão da derme a epiderme.

A camada reticular fica logo abaixo da camada papilar e possui fibras de elastina e colágeno, e com isso, se responsabiliza pela elasticidade e resistência da pele . todavia se divide  com base na profundidade na derme reticular superior, média e inferior.

  • Hipoderme

Este é composto, primordialmente, pelo tecido subcutâneo (hipoderme) é a camada mais profunda da pele e consiste em tecido conjuntivo frouxo e gordura.

Samargandy et al., 2021

Alternativas de peeling

Peeling ácido salicílico

Um estudo com 20 mulheres com quadro de melasma, com idades entre 30 e 60 anos, realizou a aplicação de uma  formulação com ácido salicílico a 33%, uma vez ao mês, durante 4 meses. A captura de imagens (fotos antes e depois do tratamento) foram mostradas a um dermatologista, que não participou do processo de tratamento, e os resultados observados foram satisfatórios, com melhora no índice de área e severidade do melasma (MASI).

Fabbrocini et al., 2013

Figura1- Comparação antes e após o tratamento com ácido salicílico

Fabrocini et al., 2013

Comparação de ácido salicílico e solução de jessner no tratamento do melasma

Outro estudo comparou o uso do ácido salicílico a 30% com a solução de jessner, no tratamento de melasma. 60 pacientes, foram divididoas em 2 grupos (grupos A e B). O grupo A utilizou a solução de jessner, por outro lado, o grupo B fez uso de ácido salicílico a 30%, as aplicações foram quinzenais durante 12 semanas. Elas foram orientadas a fazer o uso de fotoprotetor pela manhã e também de hidratante facial à noite. Ao final do tratamento, os pacientes foram acompanhados durante mais 12 semanas, com um intervalo de 4 semanas.

Foi concluído que

Após o período de acompanhamento, observou-se que não houve diferença significativa na melhora do melasma de um grupo para o outro. Concluindo assim, que a solução de jessner e o ácido salicílico são agentes semelhantemente eficazes e seguros como opção terapêutica do melasma

Ejaz et al., 2008

Estudo

Solução de jessner para tratar melasma

Sharquie e colaboradores (2006) realizaram um estudo, com o objetivo de comparar a segurança e eficácia da solução de jessner com o ácido lático no tratamento de melasma.

30 com melasma foram observados, sendo que somente 24 completaram o tratamento. Aplicou-se o ácido lático (a 92% em pH 3,5) do lado esquerdo da face dos pacientes e a solução de jessner do lado direito. Foram realizadas um total sessões durante um período de 16 meses com um intervalo de 3 meses entre uma aplicação e outra. O acompanhamento continuou por 6 meses após a última aplicação.

Resultado

Em suma, ao final do tratamento, observou-se uma melhora significativa em todos os pacientes na área e na intensidade do melasma em ambos os lados da face e nenhum efeito colateral foi registrado.

Em conclusão

Os resultados mostraram que a solução de jessner e o ácido lático são opções seguras e eficientes para a terapêutica de manchas na pele.

Peeling ácido retinóico

Ghersetich e colaboradores (2010) realizou um estudo em 20 pacientes do sexo feminino, com o objetivo de avaliar a eficácia do peeling de ácido retinóico 10% no tratamento de melasma.

Como resultado

Utilizaram-se fotografias antes e após o tratamento, para a avaliação dos resultados por um médico, que mostrou haver melhora moderada ou acentuada em todas as pacientes, sem registros de efeitos colaterais.

Conforme os resultados, o peeling de ácido retinóico foi considerado um tratamento bem tolerado e eficaz sobre o melasma.

Ácido tricloroacético

Com o objetivo de comparar o uso de ácido glicólico (20-35%) e ácido tricloroacético (10-20%), desenvolveu-se um estudo em 10 mulheres indianas com apresentação leve de melasma. Previamente, foram tiradas fotos dessas áreas e os pacientes realizaram cuidados pré-tratamento, com aplicação diária de ácido glicólico 12% ou ácido retinóico 0,1% à noite, durante 2 semanas.

As mulheres foram divididas em 2 grupos, 1 grupo fez uso do ácido glicólico em concentração crescente em contrapartida, o outro fez uso de ácido tricloroacético também em concentração crescente, durante 12 semanas.

Resultados

Ao final do tratamento observou-se grande redução de área e intensidade do melasma, e os dois ácidos provaram ser igualmente eficientes. Apesar dos efeitos secundários não terem sido significativos, apresentaram-se em menor intensidade no ácido glicólico.

Kumari et al., 2010

Referências

Ejaz A, et al. Comparison of 30% salicylic acid with Jessner’s solution for superficial chemical peeling in epidermal melasma. J Coll Physicians Surg Pak. 2008 Apr;18(4):205-8. 

Fabbrocini G, et al. Salicylic acid for the treatment of melasma: new acquisitions for monitoring the clinical improvement. Skin Res Technol. 2013 Mar 25. doi: 10.1111/srt.12070. 

Gold M H, Biron J. Efficacy of a novel hydroquinone-free skin-brightening cream in patients with melasma. J Cosmet Dermatol. 2011 Sep;10(3):189-96. 

Oresajo C, et al. Clinical tolerance and efficacy of capryloyl salicylic acid peel compared to a glycolic acid peel in subjects with fine lines/wrinkles and hyperpigmented skin. J Cosmet Dermatol. 2008 Dec;7(4):259-62. 

Sharquie KE, et al. Lactic acid chemical peels as a new therapeutic modality in melasma in comparison to Jessner’s solution chemical peels. Dermatol Surg. 2006 Dec;32(12):1429-36.

Samargandy S, Raggio BS. Skin Resurfacing Chemical Peels. [Updated 2021 Jul 25]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-.

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