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Você sabia que a microbiota é de extrema relevância e interfere positivamente na composição, afetando a diversidade e quantidade de microrganismos na microbiota saudável

A comunicação entre SNC e TGI  acontece através de uma conexão bidirecional mediando respostas as funções cerebrais, como, por exemplo, reduzir a neuroinflamação. Neste conteúdo abordarem sobre a atividade e influência da microbiota e disbisose em doenças neurodegenerativas, como também a utilização de probióticos e seus potenciais benefícios.

O que é a microbiota

A microbiota é composta por diversos microrganismos, como bactérias, fungos e vírus, e estes não causam doenças. Encontram-se localizados principalmente, no TGI, em síntese, eles auxiliam no processo de digestão e também na integridade e funcionamento do trato digestivo de forma adequada.

Figura 1- Esquemático da comunicação entre microbiota intestino-cérebro, influenciado por diversas vias

Microbiota e SNC

Em contrapartida, a disbiose, acontece quando há desequilíbrio e há aumento de microrganismo patógenos. Para conhecer um pouco mais sobre o tema microbiota, click aqui.

(Cerovic, Forloni e Balducci, 2019; Sochocka et al., 2019)

Como a disbiose influencia a neuroinflamação

Primordialmente, na disbiose ocorre maior quantidade de microrganismo patogênicos, e com isso, leva a desequilíbrio na microbiota tendo por resultado, aumento da permeabilidade da barreira intestinal.

Com efeito, produtos e toxinas de patógenos alcançam a corrente sanguínea e conseguem atravessar a barreira hematoencefálica (sistema de proteção e circulação sanguínea que alcança o cérebro), e desse modo estimula a liberação de citocinas pró-inflamatórias, ilustrado na fig.1.

(Boon Wong et al., 2018; Sochocka et al., 2019; Akbari et al., 2017; Cerovic, Forloni e Balducci, 2019)

Figura 1- Influencia da disbiose intestinal na doença de Alzheimer

disbiose e inflamação

Fonte: Boon Wong et al., 2018

Neuroinflamação e doenças neurodegenerativas

Conforme caracterizado anteriormente, o processo de neuroinflamação é crônico e estende-se por longos anos, de tal forma que, libera constantemente moléculas com alto potencial para induzir a processo inflamatório, o que, consequentemente, favorece a morte celular (neurônios).

Esse processo estimula aumento de substâncias promovidas pelo estresse oxidativo e inflamatório e desse modo leva ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como, por exemplo, a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer que tem em princípio a neuroinflamação como fator causador.

(Cerovic, Forloni e Balducci, 2019)

Doença de Alzheimer

De acordo com Boon Wong e colaboradores (2018) a doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva e irreversível que tem como resultado, perda gradativa da capacidade e da função cognitiva e eventualmente, resulta em demência e incapacidade total.

Neuroinflamação no desenvolvimento do Alzheimer

A DA é desenvolvida principalmente pelo acúmulo do peptídeo β-amiloide (Aβ) em diversas áreas do cérebro. Em virtude desse acúmulo Aβ, inegavelmente afeta também a secreção da proteína precursora amiloide (APP), e com isso, ocorre desequilíbrio entre a síntese e eliminação de Aβ, causando acúmulo de Aβ em células cerebrais. 

Como resultado dessas alterações ocorre estímulo de resposta do sistema imune e estímulo de citocinas inflamatórias, assim como, a neuroinflamação.

Figura  2-  Possíveis mecanismos dos probióticos na modulação da microbiota na doença de Alzheimer

Azheimer e neuroinflamação

Como acontece a doença de Alzheimer

Esse acúmulo de Aβ induz o impulso de moléculas envolvidas com processos inflamatórios e estas promovem astrócitos reativos e induzem maior acúmulo de Aβ e também aumento de estresse oxidativo e, com efeito, resulta em defeitos nas sinapses neuronais e mitocôndrias. 

Primordialmente, a DA é prevalente no público senil e não há estratégias terapêuticas para tratar ou prevenir. Uma alternativa descoberta e muito estudada conforme mostra diversas pesquisa e também estudos clínicos é a utilização de probióticos, com a finalidade de, equilibrar a composição da  microbiota. 

(Sochocka et al., 2019; Akbari et al., 2017; Cerovic, Forloni e Balducci, 2019)

O que são probióticos

Conforme já definido, os probióticos microrganismos vivos que trazem benéficos para a saúde humana quando ingeridos em quantidades adequadas. De acordo com pesquisas os resultados apontam que a utilização de probióticos, pode certamente atuar na manutenção da microbiota intestinal saudável e também auxiliar no alívio da inflamação.

Semelhantemente, os probióticos conseguem atuar em diferentes sistemas, especialmente, nos sistemas digestivo e imune, através de imunomodulação, sobre a resposta inflamatória e neuromoduladora.

(Boon Wong et al., 2018)

Potencial terapêutico dos probióticos

Amplas pesquisas apontam os efeitos positivos dos probióticos na modulação da microbiota, contornando quadros de disbiose, o que seria interesse, por exemplo, na patogênese da doença de Alzheimer. 

A princípio, o uso de probióticos pode reduzir a atividade inflamatória e também o estresse oxidativo através do metabolismo de ácidos graxos de cadeia curta tornando-se uma alternativa para melhorar o Alzheimer.

 Benefícios dos probióticos

  • Modulação de respostas alérgicas, controlando a liberação de mediadores inflamatórios;
  • Reduzir a neuroinflamação, inibindo a atividade e liberação de citocinas pró-inflamatórias, reduzindo também estresse oxidativo (ROS);
  • Supressão de estresse oxidativo, estimulando diminuição de Aβ e com isso, reduz a progressão do Alzheimer;
  • Modulação da função do sistema nervoso central, com indução da síntese de AGCCs pela microbiota;
  • Interferir na patogênese da doença de Alzheimer, aumentando concentrações de Bifidobacterium diminuindo microorganismos oportunistas.

(Boon Wong et al., 2018)

Referencias

  • Sochocka, M., Donskow-Łysoniewska, K., Diniz, B. S., Kurpas, D., Brzozowska, E., & Leszek, J. (2019). The Gut Microbiome Alterations and Inflammation-Driven Pathogenesis of Alzheimer’s Disease-a Critical Review. Molecular neurobiology56(3), 1841-51.
  • Akbari, E., Asemi, Z., Daneshvar Kakhaki, R., Bahmani, F., Kouchaki, E., Tamtaji, O. R., Hamidi, G. A., & Salami, M. (2016). Effect of Probiotic Supplementation on Cognitive Function and Metabolic Status in Alzheimer’s Disease: A Randomized, Double-Blind and Controlled Trial. Frontiers in aging neuroscience8, 256.
  • Cerovic, M., Forloni, G., & Balducci, C. (2019). Neuroinflammation and the Gut Microbiota: Possible Alternative Therapeutic Targets to Counteract Alzheimer’s Disease?. Frontiers in aging neuroscience11, 284.
  • Boon Wong, C., Kobayashi, Y., & Xiao, J. (2018). Probiotics for Preventing Cognitive Impairment in Alzheimer’s Disease. Gut Microbiota – Brain Axis.

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