Mesalazina e curcumina - Homem com dores no estomago

A condição clínica das doenças inflamatórias intestinais pode acometer todo o trato gastrointestinal ou apenas uma pequena porção, podendo afetar indivíduos em qualquer idade e ainda trazer impactos na qualidade de vida

Mesalazina e curcumina e as doenças inflamatórias intestinais

As doenças inflamatórias da mucosa gástrica são, muitas vezes, influenciadas pelo estilo de vida. Sendo assim, essa condição pode ter muitas complexidades tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento, pois esta condição clínica acomete a mucosa intestinal. A mesalazina e curcumina são opções para tratamento destas desordens.

Dieta e nutrição do paciente são de extrema importância para controle e regulação dos sintomas da doença e permitindo assim, uma nutrição adequada.

Todavia, o descontrole dos sintomas pode levar a impactos na saúde psicológica e física desses pacientes, devido a desnutrição, cansaço, episódios contantes de diarreia, constipação, presença de aftas e intolerância alimentar. O tratamento muitas vezes é dificultoso e sem resposta significativa.

(Rohr et al., 2018; Ramos & Papadakis, 2019)

Tratamento de doenças inflamatórias intestinais com mesalazina e curcumina

O tratamento de doenças inflamatórias intestinais se baseia na dieta, que muitas vezes tem algumas restrições para melhor controle dos sintomas. Sendo assim, é necessário o uso de suplementos para uma nutrição adequada nesses pacientes.

Podem ser utilizado corticosteroides, imunomoduladores e anti-inflamatórios, como a Mesalazina e Curcumina, para resultados significativos na terapêutica e melhor controle dos sintomas.

(Ye & Van Langenberg, 2015; Rohr et al., 2018)

Mesalazina

A mesalazina é também conhecida como 5-aminosalicilato ácido ou 5-AAS  é um ácido monoaminobenzoico derivado do ácido salicílico, é classificado como um anti-inflamatório não esteroidal (AINES). Possui ação anti-inflamatória, por meio da inibição da prostaglandina sintetase na mucosa ileal, colônica e retal. Sua atuação é local, bloqueando a síntese de prostaglandinas e leucotrienos e diminuindo a produção dos metabólitos do ácido araquidônico, que estão elevados nos pacientes com doenças crônicas inflamatórias intestinais.

(Ye & Van Langenberg, 2015)

Mecanismo de ação

Seu mecanismo de ação não é totalmente elucidado, porém, sugere-se que a mesalazina atue na redução de cicloxigenase (COX) e lipoxigenase, reduzindo assim, a formação de citocinas pro-inflamatórias.

A proliferação de peroxissomos ativa o receptor-g e assim é também participante da inflamação colônica, sendo este alvo da ação da mesalazina, uma vez que la possui propriedade antioxidante, o que vem a ser essencial para o controle e redução de danos aos tecidos e  também é a chave para inibir a ativação e proliferação de células T.

Figura 1- Possível mecanismo de ação da mesalazina

doenças inflamatórias

Fonte:Ye & Van Langenberg, 2015

Curcumina

Conforme suas propriedades a atuação da curcumina (Curcuma longa) está ligada a imunopmodulação. Além disso ainda possui ação anti-inflamatória, antioxidante e ainda consegue agir sobre a dor por mecanismo de analgesia, sendo importante no controle dos sintomas e inibição da resposta inflamatória. Sua atuação se dá por meio de ação em alvos moleculares específicos.

Ademais os resultados apontam os benefícios na melhora de mecanismos que não só pode reduzir citocinas e quimiocinas, mas também riminui a infiltração de neutrófilos na mucosa intestinal. Primordialmente a Curcuma longa pode atuar na modulação da resposta inflamatória, bem como no controle do estresse oxidativo e da fibrogênese.

(Ali et al., 2012; Mazieiro et al., 2018)

Mecanismo da Curcuma longa 

Sua atuação anti-inflamatória está ligada a interferência no desenvolvimento da cascata de ácido araquidônico e com o bloqueio do fator nuclear necrose- kappa B (NF-kB), esta molécula esta relacionada a homeostase de enzimas pro-inflamatórias, cicloxigenase 2 (COX-2), lipoxigenase 5 (LPX-5) e indução da oxido nitrico sintase (NOs).

Sobretudo a curcumina pode suprimir a síntese de interleucina 2 (IL-2), uma vez que IL-2 induz a proliferação de linfócitos, dessa forma consegue exibir propriedade imunossupressora. Com efeito a curcumina também demonstrou atividade sobre a modulação de linfócitos  T e em adição a consegue estimular a proliferação de linfócitos B e estes estão primordialmente ligado a mediação da função imune.

Além disso, a curcumina também está associada a inibição de moléculas envolvidas nos processos e eventos desencadeados por mediadores da inflamação. Desse modo a atuação da curcumina no organismo permite redução dos danos causados pela presença de especies reativas ao oxigênio (ROS). Não apenas atua sobre ROS, mas também sobre enzimas que degradam colagenase, elastase e hialuronidase.

Semelhantemente sua ação pode ser estendida não somente ao trato intestinal, mas em todo o organismo por meio de imunomodulação do sistema imune e também da homeostase da resposta inflamatória.

(Ali et al., 2012; Burge et al., 2019)

Referências

Ali, T., Shakir, F., & Morton, J. (2012). Curcumin and Inflammatory Bowel Disease: Biological Mechanisms and Clinical Implication. Digestion, 85(4), 249-55.

Burge, K., Gunasekaran, A., Eckert, J., & Chaaban, H. (2019). Curcumin and Intestinal Inflammatory Diseases: Molecular Mechanisms of Protection. International journal of molecular sciences, 20(8), 1912.

Mazieiro, R., Frizon, R. R., Barbalho, S. M., & Goulart, R. de A. (2018). Is Curcumin a Possibility to Treat Inflammatory Bowel Diseases? Journal of Medicinal Food.

Ramos, G. P., & Papadakis, K. A. (2019). Mechanisms of Disease: Inflammatory Bowel Diseases. Mayo Clinic proceedings, 94(1), 155-65.

Rohr, M., Narasimhulu, C. A., Sharma, D., Doomra, M., Riad, A., Naser, S., & Parthasarathy, S. (2018). Inflammatory Diseases of the Gut. Journal of Medicinal Food, 21(2), 113-26.

Ye, B., & van Langenberg, D. R. (2015). Mesalazine preparations for the treatment of ulcerative colitis: Are all created equal?. World journal of gastrointestinal pharmacology and therapeutics, 6(4), 137-44.

Gostou desse artigo? Compartilhe nas suas redes sociais.