Alto potencial cicatrizante e coadjuvante na redução de sinais de envelhecimento dos fatores de crescimento.
Fatores de crescimento
Os fatores de crescimento epidérmico e fibroblástico (EGF e FGF) são proteínas que desempenham um importante papel na regeneração e proliferação das células da pele. Estes fatores aumentam a proliferação celular e o acúmulo de colágeno Tipo 1α no tecido da pele.
Além disso, eles inibem os danos na pele causados pela radiação UV e melhoram a aparência da pele que já sofre com as marcas de expressão devido ao envelhecimento cutâneo, podendo estes serem potenciais para uso em cosméticos.
(AN et al., 2013; WANG et al., 2015)
O fator de crescimento epidermal (EGF) foi uma das primeiras moléculas sinalizadoras isoladas. Sendo assim, foi nomeada devido a sua capacidade de regular e acelerar a diferenciação epidérmica e tornou-se um paradigma para estudos de sinalização intracelular e extracelular.
O EGF, ao ligar ao seu receptor (REGF), causa a dimerização do receptor, com consequente ativação de quinases citoplasmáticas. A quinase ativada inicia uma série de cascatas de transdução de sinal de fosforilação de proteínas, resultando na ativação de fatores de transcrição que regulam a expressão de muitos genes. Sendo assim, o EGF promove a sobrevivência celular, proliferação, migração quimiotática e suprime a diferenciação terminal, inibe a apoptose.
Uso em formulações cosméticas
Os fibroblastos da derme são células primárias responsáveis pela síntese e remodelação da matriz extracelular na pele humana. O colágeno Tipo II e o ácido hialurônico são os principais componentes que possuem papeis na fibrose da pele, na cicatrização de feridas, na remodelação de tecidos, bem como no envelhecimento da pele.
(KIM et al., 2014; WANG et al., 2015)
Estudiosos mostraram que fatores de crescimento derivados de plaquetas (PDGF)-AA, PDGF-BB, EGF, fator de crescimento transformador (TGF)-β1, MCP-1, IP-10, IL-1α, IL-1β e Il-15, são efetivos em estimular a produção de colágeno tipo II e ácido hialurônico. Por outro lado, IL-10 e IFN-α causam significativa redução da produção de colágeno tipo II, e IL-8 e GM-CSF causam diminuição da produção de ácido hialurônico.
Logo, estes fatores podem ser utilizados em cosméticos para manter a pele jovem por meio do aumento da matriz extracelular
O fator EGF também tem sido usado em cosméticos para clareamento da pele e para prevenção de hiperpigmentação pós inflamatória, presumivelmente acelerando a cicatrização de feridas e renovação celular. Um estudo realizado in vitro, constatou que o EGF reduziu a produção de melanina dos melanócitos de ratos.
(YUN et al., 2013; ALDAG et al., 2016)
Cicatrização e prevenção de queloides e cicatrização hipertrófica
Um estudo realizado com pacientes diabéticos avaliou a cicatrização com EGF em gel e curativo, comparando com o controle. Em cada grupo, participaram 20 pacientes. O tratamento foi conduzido por 8 semanas ou até a cicatrização da úlcera, e avaliado nas semanas 1, 3, 5 e 8.
Sendo assim, após a primeira semana, 90% do grupo tratado e 30% do controle apresentaram redução da ferida e aumento da proliferação do tecido de granulação. Após a oitava semana de estudo, 80% dos pacientes apresentaram resposta completa ao EGF, e o grupo controle 35%. A resposta a cicatrização completa foi diagnosticada, em alguns pacientes, nas primeiras 5 semanas (SINGLA et al., 2012).
Estudiosos avaliaram a capacidade do fator de crescimento epidérmico (EGF) transfectado com genes de células tronco mesenquimais na migração e proliferação de fibroblastos. Houve aumento da expressão dos genes de EGF e a viabilidade dos fibroblastos tratados com EGF, comparado ao grupo não tratado, além do aumento da migração das células.
Além disso, também houve aumento das moléculas de adesão celular (N-caderina, β-catequina). Estes resultados implicam que o EGF pode contribuir para melhorar a cicatrização de ferimentos, pelo aumento da adesão celular, efeitos dinâmicos, migração e proliferação de fibroblastos.
(YOU & NAM, 2013)
Durante o processo de cicatrização de feridas, pode ocorrer a formação de queloides e cicatrizes hipertróficas. Estes são clinicamente caracterizados pela deposição de colágeno na derme e no tecido subcutâneo. Esse processo é regulado por citocinas e fatores de crescimento como o fator de crescimento transformador (TGF)-β, fator de crescimento epidérmico (EGF), fator de crescimento fibroblástico (FGF) e fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF).
(GRIEB et al., 2011)
Durante a embriogênese, o FGF desenvolve um papel chave na proliferação, migração e diferenciação celular. No tecido adulto, o FGF possui vários efeitos, incluindo mediação da angiogênese e neuroproteção, possui os mesmos efeitos no processo de cicatrização.
O bFGF é um potente mitógeno e quimiotático de células endoteliais, fibroblastos e queratinócitos. bFGF estimula o metabolismo, crescimento da matriz extracelular e o movimento de células mesodérmicas. Logo, bFGF acelera a cicatrização da pele e feridas crônicas e diminui a formação de cicatriz, devido a diminuição da síntese de colágenos tipo I e II.
(SHI et al., 2013)
Ação dos fatores de crescimento sobre o envelhecimento
O envelhecimento é um processo natural causado por alterações intrínsecas e extrínsecas. A princípio, a maioria dessas alterações ocorrem na derme, que tem em sua composição maior parte por uma matriz extracelular densa, rica em colágeno (MEC), que fornece estrutura e suporte para as células da pele e confere resistência à tração e firmeza à pele.
Porém, estas alterações também ocorrem na epiderme. Na camada da epiderme, os corneócitos se acumulam promovendo à aparência da pele, aspereza e falta de brilho. Na derme, a quantidade de colágeno é reduzida e as fibras de colágeno e elastinas tornam-se desorganizadas e fragmentadas, esses fatores associados consequentemente.
(ALDAG et al., 2016)
A pele envelhecida por fatores extrínsecos, em contraste com a pele intrinsecamente envelhecida, é caracterizada por discromia ou manchas pigmentadas ligadas a idade, rugas profundas, atrofia epidérmica e aparência de couro. A elastose, acúmulo de material de elastina amorfo com elasticidade reduzida, é especialmente característica da pele envelhecida extrinsecamente.
Além disso, a exposição à luz ultravioleta tem influência sobre o envelhecimento por meio de diminuição da ação antioxidante e com elevação das espécies reativas ao oxigênio (ROS) sobre a pele. As ROS não apenas danificam diretamente a pele, mas também promovem a abudancia de metaloproteinases da matriz, responsáveis pela degradação de colágeno e estimulam a liberação moléculas envolvidas nos processos inflamatórios.
(ALDAG et al., 2016)
Os fatores de crescimento que afetam diretamente a biossíntese do colágeno incluem:
- Fator de crescimento derivado de plaquetas;
- Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF);
- Fator de crescimento epidérmico (EGF);
- Fator estimulante de colônias de granulócitos;
- Fator de crescimento de queratinócitos e fator de crescimento de hepatócitos.
As citocinas que afetam a biossíntese de colágeno incluem o TGF-β, a interleucina (IL) -6 e IL-8. Os fatores de crescimento aplicados topicamente estão ligados a reformulação do tecido cutâneo e rejuvenescimento da pele, sua permeação se dá por meio de folículos pilosos e pelas glândulas sudoríparas ou por meio da pele comprometida por uma lesão.
(ALDAG et al., 2016)
Referências
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