A hipertensão arterial é o fator de risco modificável mais comum para doenças cardiovasculares. O tratamento da hipertensão reduz substancialmente o risco de insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.
Mudanças no estilo de vida para ajudar a controlar a pressão arterial elevada incluem perda de peso, exercício, moderação do consumo de álcool e uma dieta baixa em sódio e gorduras saturada, e rica em frutas e legumes (WINTER ET AL., 2013).
Um estudo avaliou a segurança e a eficácia da combinação de olmesartan/anlodipina (Olme/Amlo) na melhora do controle da pressão arterial, perfil lipídico, sensibilidade e resistência à insulina e alguns marcadores inflamatórios.
Duzentos e setenta e seis pacientes hipertensos foram divididos aleatoriamente em olmesartana 20 mg, anlodipina 10 mg ou um único comprimido contendo a combinação Olme/Amlo 20/5 mg. Após 6 e 12 meses, foram avaliados: peso corporal, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial sistólica e diastólica (PAS e PAD, respectivamente), glicemia de jejum (GDJ), insulina plasmática em jejum (IPJ), perfil lipídico, vaspin, visfatina, interleucinas 8 e 10 (IL-8 e IL-10, respectivamente). Conclui-se que a combinação de Olme/Anlo foi mais eficaz e segura na redução da PAS e PAD em relação às monoterapias após 12 meses (DEROSA et al., 2013).
Em estudo, Erdine (2012) também constatou a eficácia da associação olmersartan/anlodipina, e conclui que a formulação é um tratamento eficaz e bem tolerado, que proporciona controle e maior redução da pressão arterial do que seus componentes em monoterapias. É importante ressaltar que a eficácia e a tolerabilidade do olmesartana/anlodipina não são afetados pela idade, sexo, gravidade da hipertensão, estado da diabetes, raça ou índice de massa corporal.
Além disso, a associação terapêutica demonstrou efeitos benéficos sobre indicadores de inflamação, disfunção endotelial e stress oxidativo, bem como melhorias no metabolismo e redução na incidência de diabetes de início recente em doentes hipertensos com síndrome metabólica.
Associações terapêuticas
A associação terapêutica é um método efetivo para reduzir a pressão arterial (PA) de pacientes com hipertensão (CHEN et al., 2013). Apesar do aumento na proporção de pacientes hipertensos que alcançam a meta da pressão arterial recomendada (PA), o controle da pressão permanece abaixo do ideal em muitos pacientes.
Uma variedade de associações terapêuticas utilizando medicamentos com diferentes mecanismos de ação têm surgido para fornecer eficácia na redução da PA superior a monoterapia com os componentes individuais (GUTHRI, 2011). A combinação de um único comprimido de aliscireno, anlodipina e hidroclorotiazida é baseada em mecanismos de ação complementares.
Os ensaios clínicos têm mostrado que é um tratamento seguro e eficaz para a hipertensão. Essa combinação é uma escolha razoável na prática clínica para hipertensos que requeriam três drogas para um tratamento eficaz (HOVATER; JAIMES, 2013).
Em um estudo aberto, de mão único e não-randomizado, investigou-se a eficácia e tolerabilidade de aliscireno 300 mg / hidroclorotiazida (HCT) 25 mg (± anlodipina 5 mg) em pacientes hipertensos não-controlados pelo candesartan (CAN) 32 mg e HCT 25 mg.
Pacientes com média, na posição sentada, de pressão arterial diastólica (PAD) entre 100-109 mmHg, receberam no início do estudo tratamento de 4 semanas com CAN 32 + HCT 25 (Fase 1), seguido por tratamento de 4 semanas com ALIS 300/HCT 25 em pacientes com pressão arterial não controlada (Fase 2). A mudança da PAD entre as semanas 4 e 8 foi o objetivo primário (SCHWEIZER et al., 2011).
Nos 186 pacientes tratados, CAN 32 + HCT 25 reduziram a PAS / PAD por 18.9/12.2 mmHg(1,89/1,22). Dentre esses, 123 pacientes com hipertensão não controlada passaram para o tratamento com ALIS 300/HCT 25, ocasionando uma redução na PAS / PAD de 2.8/3.1 mmHg entre as semanas 4 e 8 (p = 0, 0064 e p <0, 0001), e 33,3% atingiram a normalização da PAD.
Em 61 pacientes não controlados, após 8 semanas, (PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg), que participaram de um estudo de extensão opcional, no qual amlodipina 5 mg foi adicionado. A terapia tripla durante 4 semanas diminuiu PAS / PAD por mais 9.2/5.9 mmHg (p <0,0001 cada) (SCHWEIZER et al., 2011).
Conclui-se que pacientes com hipertensão moderada não controlada pela combinação livre de CAN 32 + HCT 25 conseguiram uma redução clínica e estatisticamente significativa da pressão arterial a partir da combinação pílula única de ALIS 300/HCT 25 e a adição opcional de anlodipina (SCHWEIZER et al., 2011).
Hipertensão em pacientes diabéticos
Um estudo multicêntrico, aberto, randomizado de 12 meses comparou os efeitos da combinação de losartan (50 mg) e hidroclorotiazida (12,5 mg) versus a dose máxima de losartan (100 mg) em hipertensos com diabetes. Foi observada em ambos os grupos uma redução similar na pressão arterial sistólica/diastólica da linha de base no mês 3.
Houve também uma redução semelhante na relação microalbumina/creatinina em ambos os grupos. Uma diminuição significativa no ácido úrico foi observada no grupo da dose máxima única. A taxa de filtração glomerular (eGFR) diminuiu no grupo da combinação após 1 ano.
O estudo concluiu que a combinação de losartan e um diurético pode ser uma opção útil em pacientes hipertensos com diabetes, desde que os parâmetros metabólicos sejam monitorados de perto. Em doentes com uma função renal diminuída e hiperuricemia, a dose máxima de losartan pode ser mais vantajosa (NISHIMURA et al., 2013).
Hipertensão em pacientes idosos
Terapia combinada com bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) e bloqueadores dos canais de cálcio ou diuréticos é comum para pacientes hipertensos.
Sato e colaboradores (2013) determinaram em um estudo prospectivo, randomizado, aberto, qual é a melhor combinação para os idosos hipertensos, com pelo menos 65 anos, que não alcançaram a sua pressão arterial alvo (BP): a combinação de dose fixa de losartan (50 mg) e hidroclorotiazida (12,5 mg) (BRA + dosagem, n = 72) ou a de anlodipina (5 mg) e a dosagem típica da BRA (BRA + combinação, n = 68); dessa forma, foram avaliadas a alteração na pressão arterial, os valores laboratoriais e a função cognitiva.
Conclui-se que a BRA + anlodipina (5 mg) produziu uma redução maior da pressão arterial, ao passo que o BRA + hidroclorotiazida (12,5 mg) resultou numa significativa redução na albuminúria, sugerindo que cada uma das associações terapêuticas é vantajosa de uma forma diferente para os pacientes hipertensos idosos (SATO et al., 2013).
Lu e colaboradores (2012) compararam através de um estudo randomizado a eficácia de duas associações terapêuticas na redução de eventos cardiovasculares associados com a hipertensão.
Depois de 48 semanas, relataram a eficácia e tolerabilidade das duas combinações de anti-hipertensivos em pacientes com idades entre 50-79 anos, direcionados a receber anlodipina mais amilorida/hidroclorotiazida (Grupo A) ou anlodipina mais telmisartan (Grupo B) (LU et. al., 2012).
As doses de ambos os regimes foram tituladas e outros agentes anti-hipertensivos foram adicionados posteriormente para obtenção da pressão arterial (PA) alvo (<140/90 mmHg para a população em geral; <130/80 mmHg para diabéticos e <150/90 mmHg para idosos).
As variáveis de eficácia incluíram as mudanças da pressão arterial, as taxas de controle (a proporção de doentes que atingiram uma meta da PA) e as taxas de resposta (a proporção de pacientes alcançar a PA ideal ou a redução da pressão arterial ≥ 20/10 mmHg) (LU et. al., 2012).
Dos 349 pacientes, 314 foram randomizados e 291 completaram o estudo (141 no grupo A e 150 no Grupo B). Na semana 48, a PA foi reduzida em 28.77/15.55 mmHg no grupo A e por 31.38/16.07 mmHg no Grupo B. As taxas de controle (71,79% versus 77,22%, p = 0, 270) e as taxas de resposta (79,49% versus 84,81%, p = 0, 218) também foram semelhantes.
Para ambos os regimes, as taxas de controle em pacientes diabéticos eram relativamente mais baixas (31,91% e 32,50%), enquanto a dos idosos era muito superior (90,74% e 97,62%). O estudo nos permite concluir que ambas as associações teraupêticas, mais amilorida/hidroclorotiazida e anlodipina mais telmisartan, foram eficazes e seguras para os pacientes hipertensos de alto risco (LU et. al., 2012).
Referências bibliográficas
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