A queratose actínica e suas possíveis consequências quando não tratada adequadamente, esta condição requer tratamento a fim de evitar o aparecimento de elevados danos ao tecido cutâneo.
A princípio, a queratose actínica ocorre através de queratoses que se desenvolvem sobre o tecido cutâneo, todavia estas possuem potencial para transformarem-se em câncer de pele (carcinoma de pele ou carcinoma espinocelular).
Conforme suas características, apresentam-se como eritema escamoso e aspecto áspero sob a pele e decerto pode estar associado a longos anos de exposição da área afetada à radiação solar, principalmente os fototipos I e II.
Mundialmente afeta de 11 a 26% da população mundial, tem a exposição a radiação solar e raios UV como fator altamente relevante para o aparecimento de eritema escamoso (queratose actínica).
(Siegel et al., 2016; De Oliveira et al., 2018)
Desenvolvimento da queratose actínica no tecido cutâneo
Conforme as suas características, a queratose actínica possui alto potencial para transformar-se em carcinoma de células escamosas (SCC), na maioria dos casos sua manifestação clínica é assintomática.
De acordo com a caracterização de aparecimento das lesões é altamente comum na região, dos lábios, face, orelhas, dorso das mãos, antebraços, couro cabeludo e pescoço.
A sua ocorrência é primordialmente em indivíduos idosos, todavia tem alta incidência em indivíduos do sexo masculino, devido a excessiva exposição aos raios UV.
(De Oliveira et al., 2018)
Fatores de risco para a queratose actínica
No entanto, fatores podem também induzir o aparecimento de lesões queratínicas, indivíduos jovens expostos a quimioterapia e/ou tratamento com antirretrovirais, transplantados e naqueles que sofrem devido a exposição exagerada à radiação, estas são condições predisponentes para o surgimento de queratose actínica. Dessa forma uma fator modificável seria a utilização de fotoprotetor.
(Siegel et al., 2016; Dodds et al., 2014; De Oliveira et al., 2018)
Possíveis mecanismos para desenvolvimento de queratose actínica
A radiação UV é o fator etiológico responsável pelo desenvolvimento de queratose actínica, uma vez que devido a exposição excessiva a radiação UV A e UV B, tendo por resultado alterações nas células, DNA e membranas lipídicas, primordialmente no processo inflamatório. Mudanças diretas ligadas ao DNA estão relacionadas a radicais hidroxila, sendo esta a responsável por cerca de 60 a 70% das alterações cutâneas.
(Puviani et al., 2018; De Oliveira et al., 2018)
Alterações provocadas pela radiação UVA
Mudanças provocadas pela exposição aos raios UVA pode estar também ligado ao processo oxidativo e radicais livres, todavia esse processo pode ser iniciado na derme estendendo-se até a epiderme por meio de ativação de melanócitos na epiderme.
A produção de espécies reativas ao oxigênio (ROS), a qual pode ser, radical hidroxila, superóxido, peróxido de hidrogênio e oxigênio sigleto.
Uma vez gerados, os ROS reagem com proteínas, membranas lipídicas, sacarídeos e DNA, levando estas moléculas a reatividade, tendo por resultado a desregulação de processos celulares que estão envolvidos com eventos pertinentes ao processo inflamatório.
O desenvolvimento da inflamação está ligada a uma cascata de eventos tendo por finalidade, infiltração de macrófagos e neutrófilos, elevando a produção de prostaglandinas, fator de necrose tumoral (TNF) e interleucina, o processo de geração de ROS pode ativar eventos que promovem alterações por intermédio de feedback positivo.
(De Oliveira et al., 2018)
Alterações provocadas pela radiação UVB
Outra molécula importante para o desenvolvimento da queratose actínica, são os raios UVB, os mesmos conseguem penetrar até camadas da epiderme, tendo por finalidade promover consideráveis mudanças nos queratinócitos.
Uma vez que consegue estimular alterações em bases nitrogenadas e estas causam alterações no gene TP53, molécula ligada a proteína p53 e esta consegue atuar na redução e prevenção de mudanças provocadas pela exposição a raios ultravioleta e assim como mudanças provocadas por processos e metabolismos internos.
(Dodds et al., 2014; De Oliveira et al., 2018)
Figura 1- Diferenças na apresentação clínica de queratose actínica e opções de tratamento
Fonte: Dodds et al., 2014
Tratamento da queratose actínica
Embora seja uma condição clínica de difícil diagnóstico, devido a sua apresentação clínica, seu tratamento está relacionado a prevenção da exposição aos raios ultravioleta (UV), podendo esta prevenção ser por meio de evitar a exposição solar bem como a por meio da utilização de protetores solares e até vestimentas que atuam como coadjuvantes na proteção contra a exposição solar.
Além disso, na terapêutica para tratamento de lesões utiliza-se medicamentos como inibidores seletivos da cicloxigenase (cox), com alto potencial anti-inflamatório, como o diclofenaco em gel, entre outras opções está o uso de 5-fluorouracil (5-FU), um análogo de pirimidina, indutor de apoptose.
Outras opções também podem ser, imiquimode e retinoides. A escolha da terapia pode ser ferramenta considerável para resultados significativos com o tratamento.
(Siegel et al., 2016; Dodds et al., 2014; De Oliveira et al., 2018; Puviani et al., 2018)
Agentes que estimulam melhora das barreiras cutâneas
A utilização de agentes com componentes que integram as barreiras cutâneas, podem propiciam melhora da permeação, promovendo assim, melhora da permeação de substancias ou ativos que podem impactar significativamente no tratamento, anti-inflamatórios, ácido hialurônico e moléculas que atuam como mucopolissacarídeo, componente do cimento intercelular, formado por unidades de ácido glicurônico e n-acetilglicosaminoglicana tendo por finalidade aumentar a hidrofílicidade.
Do mesmo modo, o uso de substâncias que atuam na melhora da hidratação cutânea, assim sendo, são importantes moléculas e tem participação na manutenção da integridade das barreiras, sendo então relevantes na proteção de barreiras cutâneas.
Além disso ainda conseguem estimular modulação do sistema imune,tendo por resultado ativação de células de defesa. Entretanto, os fosfolipídio de caviar, podem atuar como agente modulador e anti-inflamatório, melhorando a ação sobre as barreira da pele.
(Puviani et al., 2018; Siegel et al., 2016; Dodds et al., 2014; De Oliveira et al., 2018)
Referências
De Oliveira, E. C. V., da Motta, V. R. V., Pantoja, P. C., Ilha, C. S. de O., Magalhães, R. F., Galadari, H., & Leonardi, G. R. (2018). Actinic keratosis – review for clinical practice. International Journal of Dermatology.
Dodds, A., Chia, A., & Shumack, S. (2014). Actinic keratosis: rationale and management. Dermatology and therapy, 4(1), 11-31.
Siegel, J. A., Korgavkar, K., & Weinstock, M. A. (2016). Current perspective on actinic keratosis: a review. British Journal of Dermatology, 177(2), 350-58.
Puviani, M., & Milani, M. (2018). Treatment of Grade II and III Actinic Keratosis Lesions with a Film-Forming Medical Device Containing Sunscreen/Piroxicam 0.8% and a Retinoic Acid/Glycolic Gel: A Pilot Trial. Dermatology and therapy, 8(3), 399-04.