Controle do ciclo circadiano, melhora tempo total e qualidade do sono, além disso, atua na reparação celular, fotoproteção, atividade antioxidante e modulação da imunidade
Melatonina modulador do sono (ciclo circadiano)
A melatonina é uma molécula endógena ao organismo humano e uma de suas formas de atuação é como modulador do sono. Sendo assim, ela é um hormônio secretado pela glândula pineal em resposta às variações presentes no ciclo circadiano, e pode atuar na melhora da qualidade do sono.
A luminosidade é um interferente para a sua produção, e a molécula é transportada através da corrente sanguínea para exercer sua ação no organismo. A síntese de melatonina é estimulada em ambiente escuro e inibida em ambiente com claridade.
A produção da melatonina é maior na infância e vai reduzindo com o avançar da idade. Essa molécula pode também atuar no organismo como imunomodulador, além disso ainda pode modificar a atividade endócrina e tecidual, induzir, proliferação, diferenciação e apoptose celular.
A melatonina tem relação direta com a função biológica do ciclo circadiano durante as 24 horas do dia e também com a reação de adaptação individual interna e externa ao ambiente.
(Tordjman et al., 2017; Ferracioli-Oda et al., 2013; Costello et al., 2014; Pereira et al., 2019)
Mecanismo de ação da melatonina
A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal. Altos níveis de melatonina é detectada no organismo no período noturno, sendo quase indetectável no período diurno.
A ação da melatonina é estimulada por dois tipos de receptores específicos, possui alta afinidade pelos receptores ML1 e menor afinidade pelos receptores ML2, presentes na membrana, podendo ainda está ligada a outros subtipos.
Os efeitos da melatonina no organismo está ligado a regulação do ciclo circadiano, controlando o ritmo e a duração do sono. Distúrbios do sono estão ligados a alterações no ciclo circadiano e nas concentrações de melatonina e assim, induz debilidade e desordens do sono. A redução de melatonina no organismo pode levar ao desenvolvimento de alterações no sono.
(Costello et al., 2014; Pereira et al., 2019)
Impacto do envelhecimento sobre o sono
Os níveis de melatonina endógena é reduzida com a idade, podendo esta ligada a percepção da luminosidade pelo vítreo da retina e pelo declínio fisiológico da atividade da glândula pineal, induzindo alta incidência de desordens do sono.
Quando o ritmo circadiano é restaurado, consequentemente são reduzidos os distúrbios do sono e além disso a qualidade do sono afeta, comportamento, humor, crescimento, melhora da cognição e até a reação diante de diferentes circunstâncias.
A melatonina, além de ser um hormônio modulador do sono, ainda traz benefícios secundários para a saúde da pele, da cognição, da reprodução por também atuar sobre a síntese de hormônios, ação anti-inflamatória, atividade antioxidante, imunomoduladora, neuroproteção e crescimento capilar devido aos seus variados mecanismos de atuação.
(Tordjman et al., 2017; Ferracioli-Oda et al., 2013; Costello et al., 2014; Pereira et al., 2019)
Como antioxidante promove proteção contra o estresse oxidativo devido a sua ação antioxidante nos ambientes lipídicos e aquosos das células e além de fotoproteção sobre os queratinócitos epidérmicos.
Indicação e benefícios da melatonina
- Auxilia no tratamento de distúrbios do sono;
- Melhora a latência, tempo total de sono e qualidade do sono;
- Controle do ciclo circadiano;·
- Atividade neuroprotetora;
- Estimula a proliferação de colágeno tipo I;
- Participa na reprodução e maturação sexual;
- Previne acumulo de gordura corporal com o avançar da idade;
- Estimula a síntese de citocinas e interleucinas;
- Potencial antioxidante e fotoproteção;
- Possui atividade imunomoduladora.
(Tordjman et al., 2017; Ferracioli-Oda et al., 2013; Costello et al., 2014; Pereira et al., 2019)
Suplementação com melatonina
A suplementação com melatonina pode auxiliar na terapêutica para reduzir distúrbios do sono. A administração exógena de melatonina é uma opção terapêutica para aqueles pacientes que apresentam alteração e/ou distúrbios do sono, bem como seus consequentes danos.
A melatonina tem a capacidade de aumentar o tempo de sono total e melhorar a qualidade e o período de sono completo. Além de seus diversos benefícios sobre diferentes sistemas do organismo.
(Tordjman et al., 2017; Ferracioli-Oda et al., 2013; Costello et al., 2014; Pereira et al., 2019)
Viabilização do uso por diferentes formas farmacêuticas
A mudança no organismo com o avanço da idade pode levar a impactos significativos na qualidade de vida, principalmente no sono, além de características do envelhecimento aparentes sobre a pele, cabelos e também na resposta imunológica.
Sendo assim, a suplementação com melatonina é uma opção viável, devido à sua ação como um agente modulador na manutenção e indução do sono.
A melatonina possui uma boa lipossolubilidade o que permite fácil absorção no trato gastrointestinal e na mucosa da boca. Dessa forma, possibilita-se o uso de formas farmacêuticas diferenciadas e diversificadas para a sua administração, obtendo resultados eficazes e satisfatórios com seu uso.
(Tordjman et al., 2017; Ferracioli-Oda et al., 2013; Costello et al., 2014; Pereira et al., 2019)
Dentre as variadas formas farmacêuticas temos aplicação de uso sublingual, nasal, filme orodispersível (strip), drops, jujubas, além do chocolate terapêutico.
Referências
Costello, R. B., Lentino, C. V., Boyd, C. C., O’Connell, M. L., Crawford, C. C., Sprengel, M. L., & Deuster, P. A. (2014). The effectiveness of melatonin for promoting healthy sleep: a rapid evidence assessment of the literature. Nutrition journal, 13, 106.
Ferracioli-Oda, E., Qawasmi, A., & Bloch, M. H. (2013). Meta-analysis: melatonin for the treatment of primary sleep disorders. PloS one, 8(5), e63773.
Pereira, N., Naufel, M. F., Ribeiro, E. B., Tufik, S., & Hachul, H. (2019). Influence of Dietary Sources of Melatonin on Sleep Quality: A Review. Journal of Food Science.
Tordjman, S., Chokron, S., Delorme, R., Charrier, A., Bellissant, E., Jaafari, N., & Fougerou, C. (2017). Melatonin: Pharmacology, Functions and Therapeutic Benefits. Current Neuropharmacology, 15(3), 434-43.
